Bolo de Banana Simples | Vegano, Fácil e Acessível

Faz um tempo que estou veganizando.
Quando decidi que minha alimentação seria 100% vegetal, minha primeira preocupação foi referente aos docinhos e besteirinhas. O almoço e o jantar tiraria de letra, afinal era ovolacto e já estava acostumada à todo tipo de grãos, cereais, verduras e legumes - mas o que comeria no café da manhã? O que colocaria no pão? Qual seria o acompanhamento para o cafezinho da tarde?

Foi quando comecei a procurar receitas fáceis e acessíveis para substituir o pão de queijo que comprava congelado no mercado ou o bolo da "casa de bolos" da esquina. Encontrei várias e pretendo compartilhá-las com vocês em meu canal do youtube - mas, enquanto isso não acontece, vou compartilhando por aqui!

A receita do bolo de banana foi uma das primeiras que pesquisei e testei - desde então, sou completamente apaixonada e não há uma semana na qual não faça. Já experimentei a versão integral, com aveia, com chocolate... hoje trago a versão mais simples (e barata) de todas, que não deixa de ser deliciosa.




Receita
3 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de açúcar
1 colher (de sopa) de fermento em pó
1 pitada pequena de sal
2 bananas 'nanicas' grandes (de preferência, bem maduras)
1 pitada de canela (opcional)
2 xícaras e 1/2 de água filtrada
1/2 xícara de óleo vegetal

Modo de Preparo
Amasse uma das bananas com um garfo e reserve.
Em uma tigela, misture todos os ingredientes secos (farinha, açúcar, sal, fermento e canela). Adicione a água filtrada, o óleo e misture novamente até obter uma massa homogênea. Por último, acrescente a banana amassada e incorpore bem.

Despeje essa massa em uma forma de bolo redonda com furo, untada com óleo vegetal e enfarinhada. Corte a banana que sobrou em rodelas e distribua-as na superfície de todo o bolo. Leve ao forno médio pré-aquecido por aproximadamente 40 minutos. Quando dourar, retire, espere amornar, desenforme e sirva!




Sim. É só isso!
O bolo fica extremamente macio, molhadinho e bananudo - perfeito para seu café da tarde. Sinceramente, não percebi diferença alguma no sabor se comparado a um bolo que leve leite e ovos - experimente e depois me conte!

EDIÇÃO:
Vai aqui uma receita similar, porém com a banana caramelada ♥



Dicas

- Você pode substituir o açúcar comum por açúcar demerara ou mascavo sem problema algum;

- Você pode substituir uma das xícaras de farinha branca por integral ou aveia em flocos finos (ou seja, 2 xícaras de farinha e 1 xícara de aveia/farinha integral);

- Você só precisará untar a forma caso deseje desenformar o bolo - ele não gruda muito;

- Você não precisará de algum substituto de ovo (como gel de linhaça, por exemplo) - a banana amassada também tem essa função;

- Você pode fazer na batedeira - nesse caso, adicione o fermento por último e não bata muito depois disso.


Espero que goste!

Os velhos começos e os novos

Durante todo o último ano bati na mesma tecla: a pessoa que fui ontem é completamente estranha à mim no dia de hoje.

Eu sempre defendi com unhas e dentes as mudanças que fazemos com o intuito de evoluir. Sempre defendi mas quase nunca me permitia tê-las.

Muitas vezes me passava pela cabeça aquela história da essência: 'mudar uma coisinha aqui e outra ali não tem problema - mas esse pedacinho aqui faz parte da minha essência, então fica'. Mas o que diabos é assim tão essencial?
Quisera eu estar divagando sobre aparência, sobre roupas ou maquiagens... mas sabe aqueles pensamentos que nos acompanham por anos e deixamos que fiquem porque é cômodo? São esses mesmos que precisam ser postos à mesa... destrinchados.

E foi o que fiz. E tanto foi o que mudou! O mais engraçado é que a parte de fora acompanha  :)

~~~

Com relação ao blog, canal e redes sociais, minhas perspectivas mudaram drasticamente, também.

Quando comecei a blogar no Nox, comecei por livre e espontânea pressão.
Algumas pessoas que gostavam de minhas maquiagens me sugeriam constantemente de criar um blog para falar mais sobre o que eu usava e passar algumas dicas.


Uma das primeiras maquiagens postadas


Criei.
Fazia as postagens com "tanto gosto" que, na maioria das vezes, apenas postava a foto de determinada maquiagem que havia usado em alguma ocasião e falava por cima sobre os produtos.

Logo começaram a me dar uns toques: "De nada adianta postar as fotos se não mostra como fazer". E comecei a editar 'fotoriais'.
Que bonitos que davam trabalho! Tinha que tirar diversas fotos durante o processo, deixar todas com o mesmo tamanho, mesma iluminação (que eu ajustava editando) e escrever cansativas legendas explicativas.

Logo surgiram sugestões sobre criar um canal no youtube para fazer as maquiagens. Facilitaria minha vida, mas era muita exposição para uma pessoa extremamente tímida e muitos detalhes a cuidar, para uma pessoa extremamente perfeccionista.
Criei a contragosto.

Era evidente o quanto não me sentia a vontade com aquilo. Sequer falava nos vídeos - colocava legendas explicativas enquanto fazia a maquiagem.
Minhas inseguranças vinham a tona e, talvez para driblá-las, copiava trejeitos de moças gringas que via no youtube e admirava.

Não demorou muito para perceber que estava me perdendo. Fazia algo com o qual não me sentia a vontade, negligenciava minha personalidade e para quê? Para provar ao mundo que eu podia levar algo pra frente (coisa que não conseguia)? Para ganhar centavinhos no adsense? Para quê?

Engraçado. Um simples blog/canal de maquiagem me levantava tantas questões... Mas não era 'o que' eu fazia e sim 'como'. Algo não estava certo. E sempre que essas perguntas não tinham resposta, deixava de forçar a barra e excluía tudo.

E sempre sentia saudades.
Lia os comentários e me satisfazia muito saber que alguém se inspirara em mim para, sei lá, usar uma cor de sombra que sempre quis mas não sabia como - ou não tinha coragem.

"Sempre quis raspar os lados da cabeça, mas me preocupava com o que os outros iriam achar - você me inspirou."
Mal sabiam eles que me inspiravam ainda mais a continuar me expressando da forma que escolhi.

E sempre sentia saudades.
E foi durante o último ano, no qual tanta coisa mudou dentro de mim, que percebi o tanto de coisa boa que dá pra passar pros outros com um simples canal de maquiagem no youtube.

E que bom que sempre sentia saudades! Que bom que diversas pessoas maravilhosas entraram na minha vida porque me conheceram através do canal! Que bom saber que pude ajudar de alguma forma - seja com algum conselho ou incentivo. Que bom!

Se eu tivesse desistido - como tantas vezes pensei e como tantas vezes até desisti - olha o tanto que teria perdido e deixado se perder...


Obrigada!

Batman vs Superman: não é só sobre super-heróis

TEXTO SEM SPOILERS


Quando criança, minhas manhãs eram dedicadas a assistir meus desenhos favoritos.

Na passagem para a vida adulta, infelizmente, vamos perdendo esses e outros bons hábitos. Os problemas cotidianos tomam o lugar da inocência e são tantas coisas com as quais nos preocupar... contas a pagar, trabalho a fazer, violência nas ruas, política, atentados terroristas... a leveza deixa de ter lugar em nossas vidas e muitos dos desenhos que nos encantavam perdem seu sentido.

Muitos, mas não todos.
Parte dos desenhos que costumava assistir ganhou ainda mais sentido após meu amadurecimento. Passei a entender melhor o que envolvia suas tramas, os paralelos que traçam com nossa realidade. Passei a chamá-los, inclusive, de "mitologia moderna".

Talvez tenha a ver com minha visão espiritual da vida, mas gosto de pensar em como Goku precisa aceitar suas trevas antes de evoluir ao estado de Super Saiyajin... em como o poder de Seiya tem mais a ver com sua perseverança que com sua armadura de bronze... em como Bruce tenta transmutar sua raiva absurda para com a violência e a injustiça em um símbolo que representa exatamente o contrário, ou as vezes não.

Esse "as vezes não" é o que faz com que, desde sempre, Batman seja um ícone dicotômico de extrema importância em minha vida. Ele busca sua luz em meio as trevas e ele busca ser a luz em meio as trevas. Nem sempre consegue.
Ele não pode ser todo poderoso e não pode ser de todo o bom - é um ser humano cheio de falhas, como qualquer outro. Talvez com muito mais dinheiro na conta bancária.

Kal-El, por outro lado, é o todo poderoso e todo benevolente Superman - um ser vindo de um planeta cuja evolução civilizatória estava a anos luz de distância da nossa... um apogeu tão grandioso que o próximo movimento não seria outro, senão o da decadência. Mas, sendo ele todo poderoso, poderia mesmo ser de todo o bom? ;)


Sobre o que era esse texto, mesmo?

Batman vs Superman: A Origem da Justiça traz para as telas um embate que já vimos muitas vezes nos quadrinhos e animações, mas de uma forma nunca antes vista.

O que motivaria uma luta como essa? Dennis O'Neil teve um palpite, assim como Frank Miller. Os dois tinham fundos históricos bastante distintos, fundos históricos esses que influenciaram na motivação por trás do embate que colocaria, frente a frente, homem e deus.

A equipe que deu vida ao filme do qual estamos falando o fez de forma a representar nosso fundo histórico atual e talvez por isso tenha me identificado tanto com ele.



"Temendo as descontroladas ações de um super-herói quase Deus, o forte e formidável vigilante de Gotham City assume o papel do reverenciado salvador de Metrópolis, enquanto o mundo discute para decidir qual tipo de herói realmente precisa. E enquanto Batman e Superman estão em guerra, uma nova ameaça surge rapidamente, colocando a humanidade em um perigo nunca antes conhecido."
- Sinopse Oficial

A começar por Superman.
O filme O Homem de Aço (que deve estar bem vívido em sua mente quando for assistir BvS) nos apresenta um Superman que é sim todo poderoso, mas que está longe da perfeição. É mais homem que deus.
Ao mesmo tempo que tem total consciência de seu poder quase ilimitado - e, tendo sido bem criado como o foi, procura usá-lo em favor de seus semelhantes - ele possui raiva, ressentimentos, mágoas, angústia e age até com certo egoísmo muitas vezes.

Em BvS veremos um Superman cuja personalidade está fragmentada. Vale mesmo a pena ajudar a raça humana? Ajudar a prolongar a existência de pessoas que agem sempre visando benefício próprio, não importa as custas de quem ou de quê? E não seria, ele mesmo, apenas um reflexo de todos os outros?

Enquanto alguns projetam em Kal-El todas as suas esperanças, outros projetam todas as suas frustrações. É onde entra Luthor e, sim, Bruce.

Teria Bruce conseguido salvar seus pais caso fosse tão poderoso quanto ele? Quem lhe dava o direito de jogar sua impotência (e, consequentemente, a impotência de todos os seres humanos) em sua cara?
E quanto a Lex com sua magistral genialidade? Superman também lhe jogava na cara alguma impotência?

E qual o principal problema com o poder? Seu excesso, ou o que se faz para consegui-lo?




Trata-se de uma tensão psicológica que vai crescendo durante toda a trama até desencadear num enfrentamento físico. E que enfrentamento!

Além de questões psicológicas referentes aos personagens, também encaramos as questões políticas levantadas por eles - talvez para ocultar essas fraquezas. O que poderia acontecer com a Terra caso esse ser extremamente poderoso resolvesse tomar seu controle? Quem poderia julgar alguém que se encontra acima de toda e qualquer demonstração de poder?


A Opinião

Não fui ao cinema para ver apenas uma luta física entre dois dos mais famosos super-heróis, mas um embate intelectual. Uma luta entre ideais que são extremamente parecidos e distintos ao mesmo tempo. Foi exatamente o que vi durante todo o filme.

Da primeira vez, sai completamente extasiada da sala de cinema. Carregava comigo uma opinião que contrariava quase toda a crítica especializada, exceto por uma coisa ou outra. Resolvi que, obrigatoriamente, teria que assistir de novo e vê-lo de forma mais imparcial: sai do cinema mais extasiada que da primeira vez.

Todas as atuações estão incríveis, com destaque especial para o Batman do Ben Affleck e a Mulher-Maravilha maravilhosa da Gal Gadot. Simplesmente impecáveis!




O Superman de Henry Cavill continua sendo o meu preferido dentre todos! Ele consegue carregar em seu rosto o peso da responsabilidade que recairia nas costas de um Superman, caso realmente estivesse entre nós.

Por falar em responsabilidade... a aura sombria do filme casa perfeitamente com a proposta! Imagine o medo no coração das pessoas comuns se, de uma hora pra outra, descobríssemos que não estamos sozinhos no Universo nas circunstâncias de uma guerra?

E, puxa, o Luthor do Jesse Eisenberg me convenceu muito! O ator costuma ser um tanto caricato em seus personagens, mas convence lindamente! Muitos reclamaram de descaracterização, mas o que é descaracterização quando estamos falando em personagens inspirados por HQ's?

Se você for no cinema esperando uma versão canônica, com os personagens agindo exatamente da mesma forma que conhece dos quadrinhos, você irá esperando exatamente o quê? O Superman da Terra 1, da Terra 2, dos Novos 52...?? O Luthor que sequer é vilão, além de ser casado com a Lois? Sabia que até mesmo os quadrinhos são escritos a partir de pontos de vistas diferentes, por pessoas diferentes?

Assim como o Zeus de uma cultura é o Júpiter da outra, mesmo que mantendo suas principais características, o Superman de Jerry Siegel carrega uma visão completamente distinta do Superman de Geoff Johns - são as mesmas histórias, porém contadas de maneiras diferentes! Enquanto Lex Luthor for um cientista louco cujo principal objetivo de vida é acabar com o Superman, para mim, ele não estará descaracterizado.


O que eu não gostei

Sinceramente, foi difícil escolher coisas das quais gostei menos para listar por aqui...

Eu diria que me desapontou o fato da edição ter corrido um pouco o filme, para que ficasse com um tempo aceitável. É compreensível, claro, mas a história teria sido melhor aproveitada com meia horinha a mais, ali! (Esse pode ser meu subconsciente falando... eu queria mesmo é que não tivesse acabado ainda).

Os deuses ouviram minhas preces e o Blu-Ray virá com esses 30 minutos a mais! Esperando ansiosamente para tê-lo em minhas mãos, é claro!

Além disso, outros integrantes da furuta Liga foram apresentados de forma um tanto - digamos - sem graça (com exceção do Flash).

Foi só!
Absorta nas questões levantadas pelo filme, esses itens me passaram quase despercebidos...


Resumindo

Eu poderia ter listado uma infinidade de coisas, principalmente relacionadas a forma como interpretei os acontecimentos, mas a intenção desse texto é que não contenha spoilers. Dou apenas uma sugestão: esqueça as críticas negativas, assista e forme sua própria opinião.

Se você faz parte do time que assistiu e não viu sentido no roteiro, achou as motivações fracas, a história pobre e trocentos furos, é certeza que não assistimos o mesmo filme (ao menos não com a mesma motivação). Mas quem é que lê o mesmo livro duas vezes, não?

Só me resta aguardar para saber que males a Liga da Justiça terá que enfrentar nos filmes vindouros...  ;)